terça-feira, 16 de novembro de 2010

Manual de Sobrevivência Numa Viagem Solo

Viajar sozinho é legal. É sim, sem traumas. Tive minha primeira experiência e aprendi certas coisas na prática que antes só povoavam minha imaginação. E a primeira regra é: a maior parte do que você imagina não vai acontecer. É sério. Para quem, como eu, sofre de ansiedade e excessiva preocupação, é natural imergir num futuro imaginário que, creia em mim, é pura fantasia. Você não vai perder suas malas, não vai se perder no aeroporto, vão haver milhares de táxis para te levar ao seu destino, e vai conseguir fazer seu check in sem ser questionado. Uns micos aqui, outros ali, fazem parte do processo. Mas, afinal, a chance da maior parte das pessoas que passam por você passar uma segunda vez é ínfima. Então… que diferença faz?

Importante: desconfie de quem te oferecer muitas vantagens. Afinal, reza a lenda que quando a esmola é muita o santo desconfia. Caso esteja em grupo, podem te chamar para todos os eventos porque você é uma compania agradável, ou porque precisam de só mais um para dividir e conseguir aquele desconto. Ou os dois. Seja lá o que for, o importante é a social, dançar conforme a música, prestando atenção na letra para não perder as entrelinhas.

Por falar em dividir: Nunca seja o último a pagar uma conta de bar ou restaurante. O último quase sempre fica no prejuízo. Porque por mais lógica que seja a matemática do total devido, sempre fica um “resto” nos dividendos. E esse resto sobra para o resto pagar.

Se não tem ninguém para conversar, arrume uma compania inanimada como, por exemplo, seu notebook ou celular. Ou mesmo um bom livro. Vá para o lobby do hotel, tome um drink enquanto monologa com seu amigo objeto. Uma hora ou outra aparece alguém para jogar papo fora. Afinal, ostracismo é para pérolas, não para gente como a gente que não deve nada a ninguém.

Muito axé.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Bizarrices

 

Estampado na camisa de uma sujeita cujo peso e beleza não muito lhe favorecia:

“O amor é cego, então vamos palpar”

Pelo menos nem corre o risco de ser assediada...

No corredor do hospital, diálogo entre duas senhoras da limpeza:

“É, minha amiga, vê se vc arruma um macho que te tire dessa vida…”

Primeiro: que espécie de bicho somos para achar um macho? Segundo, tirar dessa vida? … andam pregando por aí o retrocesso da dependência feminina ou o relacionamento com alguém com porte de arma?

Bizarro Alegre

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

A vida conforme os olhos de quem a vê

 

Estava a minha pessoa aguardando na fila de sorvete do Bobs, quando um pai estava comprando uma casquinha para seu filho de uns onze ou doze anos. Ele pediu duas (uma para cada); eis que o vendedor deu a primeira casquinha ao pai; o mesmo ia dá-la ao filho, que disse “Não, pai.” O pai: “Não quer? Por quê?” O filho: “Não pai, esta é sua”. Agora o pensamento contra-inocente do pai: “Ahhh, entendi… vc quer a segunda porque a primeira está com sorvete velho” Abram-se parêntesis: ?!?!?!?!? Velho como assim? Pessoas, a criança teve a nobre atitude de oferecer o primeiro sorvete ao pai, e o mesmo interpretou como “malandragem” a gentileza do filho, quando deveria estar incentivando a bela atitude. A cada dia que passa creio mais na minha teoria de que viemos ao mundo sábios, e vamos desaprendendo no caminho conforme ficamos mais velhos. Muitas vezes o que chamamos de experiência de vida representa atrofia de certas qualidades, como generosidade, humildade, capacidade de sonhar e ser feliz com pequenas coisas. O pai interpretou a atitude do filho com a sua visão já distorcida de adulto, e penso que um dos primeiros passos para viver melhor seja ver o mundo com olhos de criança. Sonhar mais, brincar mais, sorrir sem pensar no que vem depois. Enxergar no outro o que ele tem de melhor, e abstrair o que ainda é imperfeito. Não confundir prudência com desconfiança, não deixá-la beirar o preconceito. Lembrar sempre de enxergar o mundo como ele é, sem “imaginar coisas” e, quando fazê-lo, que seja para entrar num conto de fadas. Sonhar sempre, sem pensar nas consequências, sem o compromisso de trazer o sonho à tona. Viver com mais leveza. E sonhar.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Aprender a não generalizar

 

Essa semana tive um momento paciente. Sim, destes que passam mal e vão ao hospital procurar atendimento médico. Derrubada por uma gastroenterite não consegui me deslocar ao local de trabalho naquele dia da semana (meu emprego público estadual), e graças ao contrato que assinei (e esse foi o preço para ganhar um salário digno e condizente) recebi metade do que recebo mensalmente em condições normais. Aí o sr. governador se gaba na campanha clamando aos quatro ventos que deu aumento ao funcionário do estado… só não diz que o pobre tem que ser uma espécie de super-herói, imune a qualquer tipo de intercorrências e imprevistos tais como ficar doente (meu caso), de férias, gestante, qualquer tipo de licença. Nesses casos, fica-se também no cheque especial.

Foi mais uma de minhas experiências estilo fase negra. Fora a punição financeira decorrente da alegria de um bicho qualquer no meu intestino, vou ao hospital a muito custo, e após ser medicada, do que eu precisaria? Uma declaração de comparecimento. Por ser médica e portanto ciente dos casos de “atestadites”, pedi uma simples declaração de comparecimento, visto que esta se faria necessária no momento de pedir meu abono de falta. Cabe acrescentar que não me identifiquei como profissional, daí senti na pele (e na alma) o descontentamento e a cara de desprezo do colega que ainda não aprendeu que não se deve generalizar. Gente, nem todo mundo que pede declaração (nem foi atestado!) é armador…

Outra experiência de olhar de desprezo foi com o médico da biometria, o “perito”, que viu meu atestado, esqueceu que compartilhamos da mesma carreira profissional, e me fes sentir um pobre paciente do SUS. Digo pobre não pela situação financeira, mas no sentido figurado mesmo, pobre de atenção, de atendimento digno, pobre de saúde e educação. Lamento tanto por essas pessoas que dependem da saúde pública, porque mesmo não sendo a classe social uma opção, são tratados como à margem da sociedade, a maioria deles, na maioria dos casos. Certas experiências embora desagradáveis, são proveitosas no sentido de sentir na pele o que outros passam sem ter outra opção. E de rever nossos conceitos.

Mais uma vez, não dá para generalizar. Nâo somos o leito 1, 2 ou 3. Somos pessoas com nome e sobrenome, e cada qual com suas características, alguns “espertos”, outros honestos, outros na sua, alguns até, quem diria… médicos! Graças ao bom Deus nem todos pensam da mesma forma. Graças ao bom Deus também eu pertenço a minoria.

ivy_bar23

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Manuais: como perder um paciente

 

Taí uma coisa que não se aprende em cadeira alguma da faculdade. Levar conforto a uma mãe que acabou de perder seu filho é mais difícil que manejar qualquer paciente grave, por mais obscura que seja a situação clínica. Não há o que dizer, não há palavra que alivie a dor e até mesmo a culpa da pobre criatura que trouxe um ser ao mundo e se vê obrigada a vê-lo partir. É contra-natural, sobre-humano, penso que seja a pior dor que um sujeito seja capaz de suportar. Se é que é todos sejam capazes….

Perder um paciente dói sim. Mesmo que seja aquele com quem nem se desenvolveram laços de afeto, mesmo que não haja fortes vínculos fraternais.  Não existe esse papo de que “com o tempo você se acostuma”, ao contrário do que tantos pensam, médico e demais profissionais de saúde não são máquinas de fabricar cura, há pessoas por detrás dos jalecos. Há pessoas que sentem e choram internamente por muitas vezes se sentirem impotentes diante de inevitáveis situações. Sentem por, cada vez que isso acontece, despertarem para a óbvia realidade de que não são deuses, não são senhores da vida e da morte, não detêm o controle “quando chega a hora” de quem quer que seja; o que importa é a tranquila consciência do “fiz tudo o que poderia ter feito”, coisa que por vezes nos falta mesmo tendo esgotado as possibilidades e seguido os protocolos dos tratados e rotinas de serviço. O sentimento de “não ser Deus” incomoda mesmo. E chega a doer. Principalmente naqueles que de fato se importam com a causa. Resta, nesses momentos, permitir que nosso lado humano (sim, somos seres humanos…) trabalhe no sentido de levar conforto aos que ficam, ainda que conscientes de não existir palavra que seja capaz de fazê-lo em sua totalidade.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Também sou do tempo em que... (segunda parte)

...Voto ainda era no papel
... pessoas sem noção escreviam em notas de dinheiro - lembram das desagradáveis correntes? "Quem pegar esta nota...."
... Linha amarela não constava no guia rex
... comprava-se em lojas como Sears e Mesbla
... De volta às aulas: lista de material era na Casa Mattos
... Karaokê era em disco de vinil - sim, usávamos o toca-discos - e a letra da música vinha na contra-capa.
... passávamos New Wave no cabelo e na pele para brilhar no carnaval 
... polícia andava em fusca (os bandidos eram mais travados?)
... placa de carro era amarela, e só tinha 2 letras.
... Vistoria era coisa do futuro (hoje só serve para encher o saco de quem anda na linha)
... comprar no cartão de crédito era uma lenha - tinha que procurar naquele bendito livro cheio de números para ser liberada a compra
... e cartão de débito (viva o inventor!) não existia. Era carão ou cheque mediante identidade, CPF, comprovante de residência, marca de roupas íntimas, etc.
... meninas que casavam virgens eram bem vistas. Hoje em dia preocupam.
... telefone público era de ficha (lembra disso?)
... desenho animado era feito quadro a quadro. Fora os que eram feitos com massinha.
... efeitos especiais no cinema se resumiam a gelo seco e montagens primitivas 
... caixas operavam máquinas registradoras - aquelas bem barulhentas - as bolsas eram de papel e as empacotadoras guardavam nelas as nossas compras.
... café era moído na hora nas padarias
... caneta era "apagada" com borracha azul - que a gente molhava na língua, e fatalmente fazia um furo no papel.


Nostalgia pura... e quem não gosta de lembrar??

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

 Gente, pelo amor de Deus... tem limite, né?... O país virou circo de vez... Só que os palhaços somos nós. Prestemos atenção ao nosso voto, pois é ele quem elege o sujeito que irá nos representar. Tem gente como o indivíduo aí abaixo que sequer sabe o que irá desempenhar se eleito.  Tem alguma coisa errada, não?....